09/07/2011

As Muitas Faces de São Paulo - Estação Pinacoteca

Uma triste história ronda nosso passado - a ditadura militar. Palco de inúmeras torturas e presos políticos a Estação Pinacoteca que foi construída entre os anos de 1910 e 1914, com arquitetura planejada por Ramos de Azevedo funcionou entre os anos de 1917 à 1937, como uma estação ferroviária administrada pela empresa Estrada de Ferro Sorocabana.



Olhando o prédio no seu exterior, é difícil imaginar que linhas arquitetônicas tão bem elaboradas pudessem posteriormente ser ocupadas a partir da década de 40 pelo Dops (Departamento de Ordem Política Social).
O Dops foi criado em 1924 com o intuito de ser uma "Polícia Política". Porém, foi no período Getulio Vargas que este departamento ganhou um destaque maior tendo como objetivo reprimir intelectuais, sindicalistas e artistas que estivessem buscando em suas manifestações, uma sociedade mais justa, com uma linha de pensamento mais livre. O auge de atuação do Dops em relação a prisões efetuadas e torturas ocorreu durante a ditadura militar (a partir de 64), quando os movimentos estudantis e passeatas eclodiram pelo país.


As antigas celas do Dops mantiveram personalidades e intelectuais e lideranças políticas importantes, como por exemplo, Graciliano Ramos (que escreveu durante sua estadia o livro Memórias do Cárcere) e o ex presidente Luis Inácio Lula da Silva, que na década de 80 permaneceu 31 dias preso.


Outras personalidades como Anita Malfatti, Elis Regina, Monteiro Lobato, Hebe Camargo, Gianfrancesco Guarnieri, Oswald de Andrade, entre outros foram fichados e estão nos documentos do Dops até hoje.


Atualmente, o Memorial da Liberdade passou a se chamar Memorial da Resistência, pois mudou de nome a pedido de ex-presos políticos que discordavam do "liberdade".

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