14/05/2013

Casarão do Português - Fortaleza

Ao longo da Avenida José Bastos entre diversos estabelecimentos comerciais e alguns terrenos abandonados, encontra-se a Casa do Português ou também conhecido Prédio do Cardoso. Com inauguração em 1950, o casarão foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal pela Funcet (Fundação de Cultura Esporte e Turismo) do Ceará.

Seu proprietário, José Maria Cardoso, foi um rico comerciante português que fez fortuna vendendo lenha de sua madeireira para as antigas companhias Light e RVC (Rede de Viação Cearense). Por muito tempo, a casa foi considerada um simbolo de ostentação e também de cartão postal da cidade. Dizem que o intuito do português era abrigar toda a sua família neste casarão mas, por mais que ela crescesse, nunca foi ocupada totalmente. 

Olhando de frente a primeira impressão que temos é de uma ampla casa com três andares que possui duas rampas laterais que davam acesso ao topo da casa. Porém, olhando de lado é que percebemos que existe ainda mais um pavimento, totalizando assim quatro andares sendo este último, a garagem localizada no topo da construção. 

O terceiro andar da casa foi alugado após a morte do filho do português, que se suicidou do último andar. O empresário Paulo de Tarso ali  fez a Boate Portuguesa ainda com a família de José Maria Cardoso residindo  nos dois primeiros andares. Mas de acordo com moradores antigos da região, a boate serviu apenas de fachada porque ali funcionava na realidade um bordel. Aos que duvidam dessa estória, basta procurar José Ivan  Fernandes, residente e responsável pela administração do casarão a nove anos que afirma que os quartos do terceiro andar são todos numerados - demonstrando assim uma forma de organização do local.

Após o fechamento da boate, o casarão serviu de sede da Ematerce (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará) entre os anos de 1965 a 1984. Após essa data o casarão abrigou ainda um estacionamento e uma oficina e depois virou um cortiço. Atualmente, onze famílias moram no local cabendo a eles o pagamento das contas de água e luz utilizados. Os atuais proprietários visitam o local com certa frequência e pedem para que os moradores não permitam entradas de novas famílias no local.

A coincidência fica por conta da placa na entrada principal - Intitulada de Vila Santo Antonio. A casa recebeu essa homenagem por conta da grande devoção que José Maria Cardoso tinha pelo Padroeiro dos Pobres - que por ironia, hoje são os atuais habitantes do local!

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