Pegar a estrada sem direção nunca foi o meu forte. Cauteloso, sempre levanto informações dos lugares que desejo visitar e muitas vezes mapeio os locais a serem explorados para que eu não perca tempo tentando encontrá-los ou acabe passando desapercebido por algum lugar interessante...
Mas quarta-passada, foi diferente. Levantei cedo, tomei meu café da manhã e me preparei para pegar a estrada rumo Calhetas. Não pesquisei nada. Desta vez ficou a cargo de minha esposa, que viu algumas fotos da praia pela internet e achou o local um charme. Disse que parecia ficar muito próximo da reserva do Paiva. O caminho natural era seguir a rota do Atlântico com destino Cabo de Santo Agostinho e por ali começar a observar as placas indicativas para Calhetas.
Para chegar até a praia, é necessário sair do asfalto (PE-028), atravessar um longo pedaço de uma estrada de terra que, em determinados trechos, é um pouco apertada dificultando inclusive a circulação dos carros... Porém, não tem como chegar na praia sem ser por este caminho. Passamos por dentro de uma mata que, de repente se abre e nos mostra à nossa esquerda a praia de Gaibu. Apesar desta "dificuldade" encontrada, o visual é de tirar o fôlego!
Parar o carro pode ser uma aventura. Existe um "estacionamento" que fica a uns 100 metros da praia, mas considere-se privilegiado em encontrar uma vaga para parar por ali. Fico imaginando a dificuldade que deve ser durante um final de semana, principalmente agora na alta estação.
Finalmente com o pé na areia, observo que ela é de tombo e rodeada de pedras. Existem mesas e cadeiras a beira-mar que servem alguns petiscos, peixes e bebidas, mas reserve um pouco de dinheiro porque ali não aceitam cartões nem de débito nem crédito. E o valor cobrado, é um pouco abusivo! Fato interessante foi chegar na praia e um "garçom" despreparado, vir me abordar dizendo que as pessoas que vieram dos restaurantes não poderiam ocupar aquele espaço (como por exemplo, o conhecido restaurante Bar do Artur)... olhei para ele e disse - eu não vim de lá, acabamos de chegar... e nem teria dado tempo de almoçar, já que não são nem dez da manhã! Porém essa comodidade do serviço na praia deixou a desejar. Demoram demais para preparar alguns petiscos e o atendimento foi bem fraquinho. Na hora do almoço, ou melhor, na hora em que a fome realmente bateu, não hesitamos - pagamos ali a conta, nos levantamos e fomos até o restaurante.
A água da praia é limpa e transparente - mesmo assim, vi alguns banhistas utilizando suas máscaras e snorkel. Apenas se atente quanto a maré, porque ela realmente puxa...Outro fato curioso foi ver a quantidade de pessoas que ficavam admirando a praia sentado nas pedras. De lá dá para observar de longe a cidade de Recife do outro lado do mar. Interessante foi ver ali nas pedras dois guarda-vidas que ficaram a tarde toda observando o movimento dos banhistas.
Após passarmos o dia na praia, esperamos pelo por-do-sol quando resolvemos retornar. Sair dali à noite não nos parecia seguro principalmente porque a estrada de terra não possuía iluminação.
Calhetas passou a ser um dos meus lugares favoritos aqui no nordeste pernambucano. Nem de longe esperava que uma praia tão pequenininha e de difícil acesso pudesse ser considerada uma das praias mais bonitas no mundo.