Adoro demais quando descubro algum lugar novo, totalmente por acaso...
Outro dia estive em Camaragibe e reparei que existiam diversas placas indicativas para a Igreja de Santo Antônio. Como estava tranquilo em relação ao meu horário, achei que seria interessante ir conhecer essa igreja. Como as cidades daqui são muito próximas umas das outras, quando percebi, já tinha saído de Camaragibe e entrado em Tiúma. Fiquei atento para não errar o caminho e totalmente sem querer, dei de cara com a igreja. Fotos tiradas, me preparava para ir embora quando reparei que na rua em frente à igreja existia uma alta chaminé se destacando na paisagem. Fui até lá e percebi de que se tratava de uma fábrica desativada e apesar de possuir algumas estruturas abandonadas, me surpreendi como internamente ela ainda estava muito bem conservada. Tirei algumas fotos e depois fui descobrir do que se tratava, já que não havia nenhuma informação daquele local.
Ali encontrava-se a Usina Tiuma. Ela havia sido fundada em 1881, mesmo ano em que surgia a estação férrea de Brum, próximo a divisa entre Pernambuco e Paraíba. Inicialmente com o nome de Engenho Central de São Lourenço da Mata, ela passou a ser chamada de Usina Tiuma assim que foi adquirida e administrada pela Companhia The North Brazilian Sugar Factories, em 1887. Sua capacidade de produção de moagem da cana era de 400 toneladas no período de 24 horas. Anos mais tarde, em 1929, sua capacidade aumentara para 1.500 toneladas de cana e a fabricação de 6 mil litros de álcool no período de 22 horas. O escoamento de sua produção era feito por oito locomotivas e aproximadamente 400 vagões próprios. Para isso, a usina possuía ainda 76 km de ferrovia particular que se ligavam à estação de São Lourenço da Mata, que era administrada pela Great Western do Brasil, detentora da concessão e posse da ferrovia que fora criada para ligar o Recife até Limoeiro.
Durante 93 anos ininterruptos, a Usina Tiuma foi considerada uma das maiores usinas do Estado, tanto na fabricação de açúcar quanto na fabricação de álcool. Porém, em 1979 ela passou apenas a operar como uma destilaria. Em 1988 ocorreu o primeiro embate contra a usina. O estado de Pernambuco acusava-a de despejos de resíduos irregulares nas águas do Capibaribe.
Não tenho mais fatos para relatar sobre o desfecho da ação do Estado e depois como ocorreu o fechamento da usina. Fico devendo aqui em uma próxima oportunidade, maiores informações...