29/11/2012

Um Pouco de Tudo Misturado



Uma pergunta: quem ainda gosta do cheiro de livraria antiga, de procurar títulos raros em sebos, em buscar um autor não pelo número de suas tiragens e sim pela sua história?


Fonte imagem: tecnoblog.net
Parece saudosismo de uma época em que os livros não eram baixados por pdf pela internet... e no fundo é saudosismo mesmo! O prazer de ler não se traduzia apenas nas palavras! Ler significava parar e estudar; entender a época em que tal conto foi concebido, sentir como se vivia e se comportava uma sociedade, buscar na imaginação o sofrimento e as conquistas de uma época, fosse ela "barroca", "romântica", "realista", " naturalista" ou "modernista". 

Quem nunca ouviu falar de Monteiro Lobato (Sítio do Pica-Pau Amarelo, Negrinha, O Macaco que se fez Homem entre outros), Guimarães Rosa (Grande Sertão Veredas), Machado de Assis (Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borbas), Clarice Lispector (Água Viva, Laços de Família, Perto do Coração Selvagem), Carlos Drumond de Andrade (quem nunca escutou E agora José...) ?

Na ordem - M.L., G.R., M.A., C.L. e C.D.A conforme citados acima
E quanto aos escritores como Ernest Hemingway, Agatha Christie, Bertolt Brecht, Graham Greene, Thomas Mann, Pablo Neruda, George Owell, como será que eles olhariam para os dias atuais? Qual seria a percepção deles em relação ao mundo moderno onde tudo pode ser digitalizado e baixado em minutos, e estar confundido entre outros milhares de arquivos em hd´s portáteis?

Lógico que alguns autores conseguiram perceber toda a mudança e conseguiram pegar carona neste mundo virtual sem fronteiras... Paulo Coelho na MINHA opinião é um escritor que utiliza uma linguagem simplória demais, às vezes sem aprofundamento, mas que se tornou escritor universal ao falar diretamente com o seu público como se estivesse em uma conversa pessoal! Acreditem, ele conseguiu vender só com o livro O Alquimista nada menos que 65 milhões de exemplares em 18 países... Sendo que o número total de vendas deste livro com os demais títulos por ele publicado ultrapassam  os 100 milhões de exemplares em mais de 150 países... Onde em sã consciência, poderia imaginar um filósofo esotérico, brasileiro, conseguir abraçar o mundo?! Em que realidade vivemos? Estamos em busca das rápidas interpretações?

Acho que aqui caberia as seguintes frases: "Alguns livros são do tipo que, quando você os larga, não consegue pegar mais (Millôr Fernandes)"  ou ainda " Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão (Lao-Tsé)".
Foto Fonte: soubiruta.blogspot.com

Somos da geração da busca no Google ou ainda teremos a chance de retroceder e voltar a ser a geração da pesquisa fielmente dita, dentro de bibliotecas, aficionados pelas leituras, que misturado às texturas dos livros nos fazia também escolher nossas leituras pelas suas capas? Não sou contra a tecnologia - ela realmente facilita o dia-a-dia - mas queria também viver em um mundo com mais tempo, com uma rede para se balançar e uma leitura para degustar! Afinal, como diria Albert Einstein " Há duas coisas infinitas: o universo e a tolice dos homens".

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