Bárbara Pereira de Alencar nasceu em Pernambuco em 11 de fevereiro de 1760, na cidade de Exu. Casou-se em 1782 com o comerciante de tecidos José Gonçalves dos Santos e fixou residência no Crato onde passou a maior parte de sua vida. Foi mãe de cinco filhos - João Gonçalves de Alencar, Carlos José dos Santos, Joaquina Maria de São José, Tristão Gonçalves Pereira de Alencar e José Martiniano de Alencar.
Considerada "Mãe da Independência e da República do Brasil", ela foi no século XIX peça fundamental em dois processos de movimentos republicanos no nordeste do país: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador em 1824.
Participou ativamente na Revolução Pernambucana, liderada por Frei Caneca , Antonio Carlos de Andrada e Silva e Domingos José Martins, que eclodiu em Recife em março de 1817. Em maio do mesmo ano, liderou o movimento considerado extensão desta revolução junto com seu filho José Martiniano, onde tentaram sem obter sucesso o que viria ser chamado de a República do Crato. Dias depois desta tentativa, tanto Bárbara de Alencar quanto os revolucionários foram presos e enviados para Fortaleza - ficando detidos em celas do Forte Nossa Senhora da Assunção. Depois Bárbara ainda ficou presa também em Recife e Salvador. Bárbara de Alencar se tornava a primeira mulher presa política do país...
Passados 3 anos de reclusão, ao ser libertada, liderou o movimento a "Confederação do Equador" que se espalhava pelo nordeste e que tinha como objetivo acabar com a monarquia. Perdeu dois de seus filhos na luta desta revolução (Tristão Gonçalves e Carlos José dos Santos).
Seu filho José Martiniano Pereira de Alencar - que veio a ser o pai do escritor José de Alencar - tornou-se senador no mesmo ano em que ela faleceu (1832). Com o cargo de senador, ainda tomou posse como presidente da província do Ceará por duas vezes: de 1834 à 1837 e de 1840 à 1841.
Bárbara de Alencar faleceu em 18 de agosto de 1832 em Fronteiras, no Piauí e seu corpo foi transferido e sepultado em Campos Sales, no Ceará. Atualmente seu túmulo passa pelo processo de tombamento.
A tão sonhada Proclamação da República idealizada por ela só viria acontecer em 1889!
Forte Nossa Senhora da Assunção - Fortaleza |
Antes do aterro feito em Fortaleza, a água do mar vinha até as paredes do Forte. Quando a maré estava cheia, suas águas transbordavam e iam de encontro ao calabouços onde ficavam os presos políticos (na foto onde existe um "buraco" do lado esquerdo).
parede com mofo |
A cela em que me encontro na foto acima é a que Bárbara de Alencar ficou. Ainda conserva o cheiro e o mofo das águas marinhas que um dia entraram nesta cela. A sensação de ficar ali dentro é de clausura total. Não é possível ficar em pé.
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